Lentos, dois olhos vagueiam no rio;
Perfilados, dois medos verdes aguardam o frémito
Da violência do reconhecimento.
Outrora, perdi-me nas ramagens
Da dúvida e da desesperação.
Vivia de bolsas atónitas
E alimentava-me do céptico licor.
E cria não crer.
E queria não querer crer.
E cria não querer crer.
Neste minuto, vogo na maré das horas,
Preso da surpresa,
Em cada instante, suspeito uma vida…
Mito, 02-12-2004