O Castelo Dourado III
A doce prisão me era prometida,
Mais doce que o Amor, o esquecimento:
Viver na concha nunca invadida,
Fundir sentimento e pensamento…
Voltar ao útero imaginário,
Anular o eterno retorno,
Ondular num opiário,
Acalentar um fogo morno.
- Isso que ofereces é vegetar.
A partida foi dada: a meta é certa,
Não são permitidos intervalos.
Como não te consegues aniquilar,
Deixa ficar sempre a porta aberta…
Quanto aos sonhos: é amá-los!
Mito, 23-08-2004
1 comentário:
Criaste uma alegoria perturbadora, apesar da sua beleza (e por ela).A musicalidade destes poemas quase faz esquecer que o tema é sombrio.E é-se tentado, pelo seu doce embalo, a ficar por aqui, como o poeta no castelo...
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