segunda-feira, dezembro 12, 2005

Quem fala assim não é gago!


Por vezes, quando alguém diz as coisas que nós pensamos e de uma forma mais certeira, talvez não nos reste outra saída que citá-las, com a devida vénia. É o caso dos excertos que retirei da entrevista que Helena Abreu deu à Pública deste domingo.

«Em França, deram um ano para as escolas pensarem nas aulas de substituição. Aqui a medida saiu em Agosto para ser aplicada um mês depois. Houve demasiada precipitação nisto tudo, o que criou cansaço, desânimo, enquistamento e o enquistamento provoca reacção à mudança.
Podiam ter-nos dado mais tempo. A ministra [da Educação] diz que só tem quatro anos, mas eu não tenho culpa disso. Ela que se faça reeleger ou que haja continuidade nas políticas de educação, porque nós estamos fartos de comer com reformas em cima de reformas. Cada um que vem traz uma diferente e nós temos que nos adaptar a tudo.
A poeira agora está a assentar, mas é precisamente nesta altura que nos cai outro -despacho normativo em cima. E sempre com aquela ideia de que é preciso mais aulas de reposição, de apoio, para resolver o problema do insucesso escolar.
(…)
Temos um défice enorme em matéria de educação. Grande parte dos nossos licenciados tinham avós analfabetos e a gente anda a pagar a conta disso tudo. O 9° ano só é obrigatório desde há 16 anos. O que é que esperam? Querem milagres?»

1 comentário:

João Villalobos disse...

Ora bem! Isto é que é não ter papas na língua :)