quinta-feira, dezembro 02, 2004

Filme

Lentos, dois olhos vagueiam no rio;
Perfilados, dois medos verdes aguardam o frémito
Da violência do reconhecimento.

Outrora, perdi-me nas ramagens
Da dúvida e da desesperação.
Vivia de bolsas atónitas
E alimentava-me do céptico licor.
E cria não crer.
E queria não querer crer.
E cria não querer crer.

Neste minuto, vogo na maré das horas,
Preso da surpresa,
Em cada instante, suspeito uma vida…

Mito, 02-12-2004

1 comentário:

Graça disse...

Gostei deste filme. Talvez porque é nele que todos estamos presos. Sujeitos à inconstância do mesmo rio. E conscientes de que somos a sua água.E o seu curso.