terça-feira, janeiro 10, 2006

Parco com as Parcas

Vultos esquivos tentam roubar-me a nitidez
De saber que talvez venhas
Outra vez

Delicio-me com a sua agonia, espectros surpresos
Da mesmice da manhã
Outra vez

Arrumo agora as folhas onde gravámos a indiferença
Que votávamos ao tempo
Sempre

2 comentários:

Graça disse...

Tens(temos) sorte - a tua sensibilidade encontra sempre o caminho das palavras. E não há parca que corte esse fio que te guia.
Os espectros têm contra si o silêncio. Só nas palavras se regressa.

Mito disse...

Mais uma vez, o comentário é mais agradável de ler que o poemeto que lhe deu origem. Assim, até dá vontade de escrever, pois ninguémme afaga o ego como a Graça!