terça-feira, abril 18, 2006

Manual de Sobrevivência


O relógio da modernidade não pára. É necessário apanhar freneticamente o comboio das novas tecnologias. A urgência da actualização é premente. Temos de acompanhar a mudança constante e estar prontos para a novidade. Deve ser por isso que o Ministério da Educação nos propõe manuais escolares válidos para seis anos.
Daqui a seis anos, não sei como vai ser o mundo, mas sei que vai ser muito diferente do de hoje. Façam um simples exercício e revejam as páginas dos jornais de há meia dúzia de anos, ou folheiem os manuais escolares do mesmo período histórico… Imagine-se os manuais de Informática ou de Geografia, por exemplo… Ou mesmo os de línguas, que normalmente fazem uso da informação dos media… Esta areia para os olhos dos Encarregados de Educação nem parece resistir a uma análise minimamente racional.
Bom, pelo menos um aspecto positivo poderia ter tal medida: pressupõe-se que os programas durariam esse mesmo tempo, o que seria um verdadeiro record nas duas últimas décadas. A ver vamos!

2 comentários:

Graça disse...

Bem observado, como sempre. E concordo plenamente contigo: os programas não vão durar esse tempo, e os papás, além de pagarem os manuais, vão pagar fotocópias dos conteúdos que não vêm nos ditos...
Além das disciplinas que indicaste, acrescento a Biologia, a História e mesmo o Português, onde será mais difícil distinguir a crónica jornalística da de Fernão Lopes...

Mito disse...

Bem visto, poderemos sempre dar o Fernão Lopes juntamente com o Nuno Rogeiro e o Carlos Magno (o do século XX). Isto para já não falar dos que vão confundir o cronista medieval com o Santana Lopes. Afinal, quantos alunos por turma saberão localizar a Idade Média? E, já agora, quantos dos seus professores?