segunda-feira, novembro 22, 2004

As raízes do problema

A ideia de que o Estado deveria responsabilizar-se pelo ensino da língua dos imigrantes é recorrente, mas foi-me avivada pela excelente entrevista que a Pública de hoje traz com o escritor libanês Amin Maalouf, autor do célebre Samarcanda ou do As Cruzadas Vistas pelos Árabes.
Não resisto a transcrever aqui umas linhas do romancista e ensaísta, retiradas da sua mais recente obra: Origens.

“Outros que não eu teriam falado de ‘raízes’… Não emprego esse vocabulário. Não gosto de ‘raízes’ e da imagem ainda menos. As raízes enfiam-se na terra, contorcem-se na lama, crescem nas trevas, mantêm a árvore cativa desde o seu nascimento e alimentam-na graças a uma chantagem: ‘Se te libertas, morres!’. As árvores têm de se resignar, precisam das suas raízes; os homens não. Respiramos a luz, cobiçamos o céu e quando nos metemos na terra é para apodrecer.”

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