quinta-feira, novembro 11, 2004

E não há duas sem três

O Castelo Dourado III

A doce prisão me era prometida,
Mais doce que o Amor, o esquecimento:
Viver na concha nunca invadida,
Fundir sentimento e pensamento…

Voltar ao útero imaginário,
Anular o eterno retorno,
Ondular num opiário,
Acalentar um fogo morno.

- Isso que ofereces é vegetar.
A partida foi dada: a meta é certa,
Não são permitidos intervalos.

Como não te consegues aniquilar,
Deixa ficar sempre a porta aberta…
Quanto aos sonhos: é amá-los!

Mito, 23-08-2004

1 comentário:

Graça disse...

Criaste uma alegoria perturbadora, apesar da sua beleza (e por ela).A musicalidade destes poemas quase faz esquecer que o tema é sombrio.E é-se tentado, pelo seu doce embalo, a ficar por aqui, como o poeta no castelo...