domingo, novembro 21, 2004

Língua Estrangeira III

Muitas vezes me interrogo por que razão o Estado tem de assegurar e financiar a formação religiosa nas escolas. A partir de um número mínimo de alunos, de que não me ocorre a precisão, garante-se o funcionamento de aulas para todas as confissões.
Numa sociedade que se pretenda desenvolvida, é desejável que se torne cada vez mais nítida a separação entres os ditos poderes temporais e espirituais. Ou seja, Estado e Igreja devem permanecer em esferas individualizadas e sem grandes promiscuidades. Em nome da liberdade do culto religioso e de expressão. Em Portugal, o Estado é (tendencialmente) laico e democrático. Por outro lado, vejo com tristeza a forma como os novos imigrantes (de África, do Cáucaso, por exemplo) se (des)integram na nossa comunidade escolar. Os chamados “imigrantes de leste” mostram até grande capacidade de adaptação, pois têm uma matriz cultural em que a escolaridade tem um papel muito mais longo e intenso que na nossa própria.
Porém, se estes imigrantes devem fazer um esforço para aprenderem a nossa língua e idiossincrasia, parece-me igualmente uma obrigação do Estado contribuir para que os filhos desses imigrantes não percam a sua identidade e conheçam a sua própria língua de origem. Por todos os motivos e mais este, que até pode agradar a mentes mais xenófobas: para mais facilmente se reintegrarem no pais de origem, se a ele quiserem regressar.
Por conseguinte, parece-me que seria bem mais proveitoso para todos, se, em vez das tais aulas de teor religioso (já temos a disciplina de Formação Cívica), esses créditos fossem utilizados no funcionamento de aulas de línguas de origem dos imigrantes, a partir do mesmo número mínimo de alunos. Com o tempo, talvez nos espantássemos com a quantidade de alunos autóctones a pedirem inscrição nas mesmas aulas. Talvez mesmo professores…e por que não como acção de formação? Não seria benéfico para a relação pedagógica com esses alunos e para o próprio enriquecimento intelectual dos docentes?
Não podemos continuar a sonhar com a quimera perdida de nos termos aberto ao mundo, enquanto permanecemos fechados na nossa desconfiança e tacanhez.
Muitas vezes me interrogo por que razão o Estado tem de assegurar e financiar a formação religiosa nas escolas. A partir de um número mínimo de alunos, de que não me ocorre a precisão, garante-se o funcionamento de aulas para todas as confissões.
Numa sociedade que se pretenda desenvolvida, é desejável que se torne cada vez mais nítida a separação entres os ditos poderes temporais e espirituais. Ou seja, Estado e Igreja devem permanecer em esferas individualizadas e sem grandes promiscuidades. Em nome da liberdade do culto religioso e de expressão. Em Portugal, o Estado é (tendencialmente) laico e democrático.
Por outro lado, vejo com tristeza a forma como os novos imigrantes (de África, do Cáucaso, por exemplo) se (des)integram na nossa comunidade escolar. Os chamados “imigrantes de leste” mostram até grande capacidade de adaptação, pois têm uma matriz cultural em que a escolaridade tem um papel muito mais longo e intenso que na nossa própria.
Porém, se estes imigrantes devem fazer um esforço para aprenderem a nossa língua e idiossincrasia, parece-me igualmente uma obrigação do Estado contribuir para que os filhos desses imigrantes não percam a sua identidade e conheçam a sua própria língua de origem. Por todos os motivos e mais este, que até pode agradar a mentes mais xenófobas: para mais facilmente se reintegrarem no pais de origem, se a ele quiserem regressar.
Por conseguinte, parece-me que seria bem mais proveitoso para todos, se, em vez das tais aulas de teor religioso (já temos a disciplina de Formação Cívica), esses créditos fossem utilizados no funcionamento de aulas de línguas de origem dos imigrantes, a partir do mesmo número mínimo de alunos. Com o tempo, talvez nos espantássemos com a quantidade de alunos autóctones a pedirem inscrição nas mesmas aulas. Talvez mesmo professores…e por que não como acção de formação? Não seria benéfico para a relação pedagógica com esses alunos e para o próprio enriquecimento intelectual dos docentes?
Não podemos continuar a sonhar com a quimera perdida de nos termos aberto ao mundo, enquanto permanecemos fechados na nossa desconfiança e tacanhez.

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