quarta-feira, novembro 10, 2004

Por falar em poemas que dão sono...

SONETO DO CASTELO DOURADO

Encontrei um castelo dourado,
Altaneiro, lindo e reluzente,
Nas páginas do meu fado,
Ao folheá-las, indigente.

Resolvi entabular conversa
Com a alegoria fulgurante.
Ela estendeu um tapete persa
E disse-me, em voz de quiromante:

- Eu sou o teu sonho sempiterno,
Desde o início dos tempos te espero.
Entra: estão prontos os aposentos!

- Não sei se és o céu ou o inferno,
Só sei que o que eu mesmo quero
É morar em ti em todos os momentos...

Mito, 23-08-2000




1 comentário:

SL disse...

É inquietante sentir tão forte vontade de sonhar eternamente...
Ás vezes é mais fácil estender as inquietações na mais comum horizontalidade da noite do que caminhar na verticalidade dos dias numa existência incerta.
Muito interessante Sr. Mito!