
Por entre o histrionismo das comemorações e o feérico das instalações, entreabre-se a janela do que nos reserva a vida em mais um ano. Que todos vivam muito e provem as delícias do mistério da existência. O mais é pó...
ou éter...
Blog altamente prejudicial à saúde mental e insusceptível de criar dependência. Nota: não se garante total protecção contra a veia poética do blogger. É até possível que surja um ou outro poema. Afectuosamente, Mito

Manhã cedo. Orvalho a vestir toda a vegetação rasteira. Verdes mortiços competindo com cinzentos baços na paleta. O reino da água invadindo os terrenos agrícolas. Uma batalha pacífica e gloriosa aos primeiros raios de sol.







Antes do advento das televisões privadas, havia só dois canais generalistas, um deles com maior propensão cultural e para as ditas "modalidades", ou seja, os desportos que o futebol esmaga com a sua preponderância. Depois, chegaram mais duas estações, também elas genaralistas, e pensámos que teríamos direito a maior diversidade. Na verdade, passaram todas a emitir o mesmo tipo de programa à mesma hora, pois todas elas se baseiam em estudos de mercado e na percepção dos segmentos de público-alvo a atingir em dado momento. Anos depois, voltamos a ter duas televisões generalistas e do Estado, a que se somam dois canais temáticos de telenovelas e fofoquices que dão pelo nome de SIC e de TVI, ou melhor, canal Flori-Brasil e Morangada com Todos. Mais uma prova que a liberalização e a diversidade de ofertas nem sempre redunda numa maior satisfação do público e, sobretudo, num acréscimo de qualidade.




Um povo é capaz de mudar muito por fora.


Não me canso de me impressionar com a aceleração dos tempos. A velocidade com que tudo passa e novas coisas aparecem, para, logo em seguida, se esfumarem deixa-me sempre perplexo e meditabundo. Este agudizar do transitório e do efémero, eleito a suprema metáfora da nossa efectivamente fugaz passagem por esta vida, poderá ser um sinal de que algo de muito profundo está para mudar na raça humana. As novas gerações, crescidas no embalo da MTV e dos jogos de consola, têm já uma capacidade perceptiva que nos deixa a milhas... Quão ridícula lhes parecerá hoje a célebre montagem da cena da banheira de Psycho, de Hitchcock! Tudo tão lento, diriam eles...

estulta coscuvilhice.
Para além do número avassalador de escolas que este governo quer encerrar, outro aspecto me deixa preocupado e perplexo.

